Polícia de Nampula confirma ataques por “indivíduos desconhecidos” junto à província de Cabo Delgado. Residências e escolas terão sido incendiadas.
A população residente no posto administrativo de Odinepa, no distrito de Eráti, em Nampula, vive momentos de alvoroço desde a semana passada. Um grupo de terroristas terá atacado a zona, junto à província de Cabo Delgado, saqueando produtos e incendiando residências e escolas.
A informação foi avançada esta segunda-feira (29.04) pelo jornal eletrónico Integrity Magazine. À DW, a porta-voz da polícia moçambicana em Nampula, Rosa Chaúque, confirma ataques por “indivíduos desconhecidos”.
“Presumimos que se trata realmente de terroristas, que teriam criado danos avultados em algumas residências e escolas”, declarou. “Neste momento, ainda há um levantamento que está sendo feito para apurar os prejuízos.”
Houve relatos de mortes, na sequência dos ataques, mas a porta-voz não confirmou esse dado: “De momento, não tivemos casos de mortes. O ambiente está controlado, porque as Forças de Defesa e Segurança estão no terreno para poder criar conforto às populações”, asseverou.
Administradores negam
As autoridades governamentais locais negam, no entanto, que tenha havido ataques. O administrador do distrito de Eráti, Manuel Manussa, disse à DW acreditar tratar-se de um simples boato com intenções de desestabilizar as populações.
“Pode ser boato”, afirmou. “Nós podemos conferir que há algum movimento que está a ser gerido [no distrito] pelas Forças de Defesa e Segurança. Agora, se houve ataques e troca de tiros, nós não confirmamos, porque não temos essa informação”, acrescentou Manuel Manussa.
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Houve igualmente relatos de ataques no posto administrativo de Chipene, no distrito costeiro de Memba. Mas o administrador distrital, Manuel Cintura, distanciou-se dessas informações divulgadas nas redes sociais.
Manuel Cintura confirmou apenas a deslocação da população local, “por ouvirem que houve um ataque no distrito de Eráti”.
“O único ataque [terrorista] que houve foi aquele de 6 de setembro de 2022, em que foi morta uma irmã religiosa e destruíram o centro de saúde, mas desde essa altura não [houve mais]”, referiu.
As autoridades governamentais e policiais reforçam os apelos às populações a denunciarem o movimento de pessoas estranhas nas comunidades