O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, anunciou que o governo moçambicano pretende fornecer gás de cozinha a quatro milhões de moçambicanos até 2030.
Esta declaração foi feita durante a abertura da 1ª Exposição de GPL da África Austral e 2ª da África Oriental, em Maputo.
Atualmente, cerca de dois milhões de moçambicanos têm acesso ao Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), popularmente conhecido como gás de cozinha. No entanto, o governo planeia aumentar esse número para 12% da população, o equivalente a 800.000 famílias, nos próximos cinco anos.
A meta será alcançada com a entrada em operação da primeira refinaria de processamento de gás natural do país, prevista para este ano. Esta refinaria terá capacidade anual para produzir cerca de 30 mil toneladas de GPL, destinado exclusivamente ao consumo doméstico.
Além da refinaria, o governo visa atingir essa meta através da implementação do Programa Nacional de Massificação do uso do GPL, que já beneficiou cerca de 30.000 famílias em oito províncias do país desde 2022.
O gás de cozinha será produzido a partir do gás extraído no âmbito do Projeto Pande e Temane, localizado na província de Inhambane. Espera-se que esta iniciativa reduza a dependência das importações de GPL, que atualmente rondam os 48.000 metros cúbicos por ano, cobrindo 70% das necessidades domésticas.
Carlos Zacarias destacou que a promoção da cadeia de valor dos produtos petrolíferos, incluindo o GPL, é um dos principais objetivos do governo moçambicano.
Durante o evento, Michael Kelly, presidente da Associação Mundial do GLP, afirmou que a inovação na cadeia de valor do GPL nas regiões austral e oriental do continente contribuirá para o desenvolvimento do setor. A associação está empenhada em fortalecer a indústria do GPL para responder às demandas do setor, especialmente com a transição para energias limpas até 2050.