Médicos do Hospital Central de Maputo, em pós-graduação, ameaçam paralisar todas as actividades em horários fora do expediente, a partir de quarta-feira, 01 de Maio. Em causa está o não pagamento dos turnos de urgências, rondas e outros trabalhos feitos fora do horário normal.
Através de um documento enviado à Direcção-geral do Hospital Central de Maputo, esta sexta-feira, os médicos em pós-graduação, também chamados de residentes, voltam a queixar-se do desgaste físico, emocional e financeiro.
As reclamações dos profissionais surgem depois de estes não terem visto pagos mais de 12 meses de trabalho realizados fora do horário normal e acusam a direcção de incumprimento do hospital.
“Os médicos residentes do HCM não recebem honorários referentes a urgências, rondas, assim como pelos trabalhos feitos nos feriados e fins de semana. A situação tem criado custos de deslocação para a execução das referidas actividades e afectado a qualidade de vida dos residentes e dos seus dependentes”, lê-se no documento.
Devido à situação, os médicos residentes da maior unidade sanitária do país, não encontram outra saída, senão paralisar todas as actividades extraordinárias.
O início da paralisação das actividades fora do expediente está previsto para 01 de Maio e abrange, entre outras tarefas, os turnos de urgências, rondas de doentes internados e cirurgias de urgências.
O documento não esclarece quantos médicos estarão envolvidos na greve, entretanto, uma fonte da unidade sanitária garante que as actividades só serão retomadas quando todos os problemas forem resolvidos.
A ameaça de paralisação de actividades extraordinárias pelos médicos residentes do Hospital Central de Maputo é feita dias depois de a Associação dos Profissionais de Saúde anunciar a paralisação total das actividades, a partir de 29 de Abril, em todo o país.