A bancada parlamentar da Frelimo na Assembleia da República de Moçambique expressou preocupação com a possibilidade de cidadãos estrangeiros estarem infiltrados no aparelho do Estado, considerando esta situação um risco significativo para a segurança nacional.
A Renamo e o MDM, por outro lado, aproveitaram o encerramento da sessão do Parlamento para exigir soluções para o alto custo de vida.
O alerta da Frelimo surge após a tentativa de golpe de Estado na República Democrática do Congo, que envolveu contactos entre os golpistas e cidadãos moçambicanos. Sérgio Pantie, chefe da bancada parlamentar da Frelimo, sublinhou a gravidade da entrada ilegal de imigrantes no país, enfatizando que muitos destes estrangeiros têm antecedentes criminais e, com a conivência de cidadãos nacionais, conseguem adquirir a nacionalidade moçambicana e até se infiltrar no Estado.
“Trata-se, muitas vezes, de cidadãos com cadastros, outros com históricos violentos no crime que, com a conivência de cidadãos nacionais, adquirem a nacionalidade moçambicana, gozando dos mesmos direitos e podendo até prestar serviços ou infiltrar-se no Estado”, afirmou Sérgio Pantie.
A Frelimo destacou ainda que parte dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado na RDC passaram por Moçambique, e defendeu que as investigações devem ser conduzidas pelas autoridades congolesas sem aproveitamentos políticos que lancem suspeitas sobre os cidadãos moçambicanos.
Durante a sessão solene de encerramento da nona sessão ordinária da Assembleia da República, a Renamo e o MDM criticaram a recente revisão dos custos da internet e da água, apontando os impactos negativos para a população. Viana Magalhães, chefe da bancada parlamentar da Renamo, lamentou o aumento dos custos da internet, salientando os prejuízos para os estudantes que dependem do acesso à informação online.
Por sua vez, Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique, considerou as novas tarifas de comunicação uma ameaça ao acesso à informação.
Esperança Bias, presidente da Assembleia da República, aproveitou a ocasião para alertar as autoridades municipais sobre a necessidade urgente de implementar planos de ordenamento territorial para prevenir inundações e melhorar a capacidade de resposta a desastres naturais.
“A necessidade urgente de se implementarem os planos de ordenamento territorial, melhorar a fiscalização e capacitar as equipas de resgate, bem como promover a educação sobre os riscos de construção em locais impróprios, é crucial”, afirmou Esperança Bias.
O Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, foi abordado pelo jornal “O País” sobre as questões do custo de internet e água. Respondeu que o governo está a avaliar as preocupações apresentadas e a trabalhar para encontrar soluções, embora não tenha dado detalhes específicos sobre as medidas a serem tomadas. Sobre a falta de livros nas escolas, Maleiane prometeu abordar o assunto num momento mais oportuno.