O governo diz que a greve dos profissionais de saúde foi uma surpresa, uma vez que acontece em um período em que já haviam consensos entre as partes na ronda de negociação. Depois de adiamentos, os profissionais de saúde decidiram esta segunda-feira, paralisar as actividades como forma de reivindicar melhores condições de trabalho, pagamentos de subsídios e de horas extras.
Entretanto, esta decisão teria pego o governo em “contrapé”, dado que, assegura que já haviam sido alcançados alguns consensos. Falando durante o habitual briefing do conselho de ministros, após a décima terceira sessão ordinária desta terça-feira, o porta-voz do encontro Filimão Suaze, lamentou o facto.
“O entendimento que temos é que o diálogo que corre é cordial, é só lembrarem que há bem pouco tempo, a classe dos profissionais de saúde teria vindo ao público a dizer que boa parte das suas exigências já tinham sido atendidas, portanto, não era esta a expectativa que tínhamos, mas como é apanágio do governo, ao nível do ministério de tutela, estão a ser tomadas as medidas para mitigar os impactos”, disse Suaze.
Há três dias que os profissionais de saúde decidiram colocar em prática as ameaças que se estendem desde o mês de outubro do ano passado, quando estes decidiram suspender a greve para dar lugar às negociações com o governo, que segundo a classe, nunca foram respondidas.
Entretanto, o governo diz ter esperança na retoma da normalidade no sector, e apela a compreensão das partes na busca de uma solução equilibrada.
“Nós temos crença e expectativas de que a breve trecho, o assunto poderá merecer o seu fecho e as actividades voltarão a decorrer normalmente, por isso exortamos desde já, a compreensão de todos que aderem a greve para retomarem aos postos ao mesmo tempo que abraçamos aos que, por amor a pátria, decidiram em não aliar-se aos grevistas”, apelou.
Sobre a situação dos professores, o governo diz que neste momento decorre um trabalho que implica a actualização das listas dos não contemplados, para posterior pagamento das horas extras a breve trecho.
Na mesma sessão, o conselho de ministros avançou também, que foi criada uma comissão de inquérito para apurar os detalhes do naufrágio que fez 98 mortes, no distrito de Lunga na província de Nampula.