Os residentes do bairro Mudada, no distrito de Matutuíne, na província sul de Maputo, apresentaram uma queixa na Assembleia da República contra a fábrica de cimento Dugongo, alegando que a empresa não está a cumprir os compromissos assumidos com os reassentados.
A fábrica de cimento Dugongo, de maioria chinesa, foi inaugurada em 2021 no local onde viviam mais de 120 famílias. Desde então, os residentes reassentados afirmam que não receberam as compensações prometidas e que enfrentam uma série de dificuldades no novo local.
O presidente da comissão dos moradores de Mudada, Justino Jasse, relatou que, há mais de 17 anos, os reassentados pela Dugongo não têm sido compensados. Além disso, no bairro Mudada, onde foram reassentados, há falta de serviços básicos como eletricidade e água.
Segundo Jasse, a empresa prometeu construir casas dignas, hospitais, escolas, rede elétrica, abastecimento de água e melhores condições de vida, mas essas promessas nunca foram cumpridas.
Embora tenham tentado contactar a Dugongo, Jasse afirmou que a empresa sempre os ignorou, e há informações de que o processo de reassentamento não inclui compensações.
Quando foram reassentados há 15 anos, a fábrica construiu 121 casas para cerca de 200 famílias. No entanto, Jasse relatou que essas casas são inadequadas, feitas com materiais precários e localizadas em áreas suscetíveis a inundações.
A petição também foi entregue à administração do distrito de Matutuíne e meses atrás foi submetida à Procuradoria-Geral da República. Os residentes esperam que suas preocupações sejam ouvidas e que medidas sejam tomadas para resolver a situação precária em que se encontram.